O
verbo “to behave” do inglês, significa em português “comportar-se”, e as
teorias do behaviorismo são justamente voltadas para o comportamento, ou seja,
o condicionamento. Para os teóricos dessa corrente, a linguagem seria adquirida
através da repetição constante. Por exemplo, uma criança que está começando a
falar, escuta os pais dizerem “bola, bola” toda vez que se referem àquele
objeto esférico. Dessa forma, a criança começa a tentar imitar o som “b-o-l-a”,
sendo, portanto, condicionada a chamar aquilo de “bola”.
Esse
pensamento era tão forte que influenciou o ensino de língua estrangeira por
muito tempo. Temos como exemplo o eterno diálogo ensinado nas primeiras aulas
de inglês: “How are you?” “I’m fine. And you?” (“Como você está?” “Eu estou
bem. E você?”). Com o passar do tempo essa metodologia de ensino acabou por ser
abandonada, pois os alunos quando eram expostos a situações/perguntas
diferentes não sabiam desenvolver uma conversa. E as duras críticas de Chomsky também
enfraqueceram o behaviorismo.
Então,
o que estuda o gerativismo? O gerativismo busca descrever e explicar o
funcionamento da capacidade natural do ser humano de produzir e compreender frases,
ou seja, busca entender “um dos aspectos mais importantes da mente humana” (MARTELOTTA,
2009).
Para
essa escola linguística, a capacidade de linguagem é inerente ao ser humano,
está na genética. Diferentemente do behaviorismo, que, como já foi dito, acredita
na aquisição da linguagem através de estímulos do meio.
Como
consequência dessa visão, Chomsky cria a Gramática Universal. Por acreditar que
a faculdade da linguagem é inata ao ser humano, então todas as línguas naturais
possuem uma gramática semelhante. As línguas podem soar o mais diferente
possível, mas todas possuem elementos (artigo, substantivo, verbo) que se
organizam de maneira parecida para formar uma sentença interrogativa,
afirmativa, etc.
O
estudo da Gramática Universal pode ser dividido em duas frentes: o “princípio”,
que estuda exatamente os pontos em que as línguas se assemelham; e o “parâmetro”,
que estuda as variações.
Enfim, os modelos do
gerativismo se voltam para esse âmbito imaterial, ou seja, os estudiosos fazem
análises longe do campo extralinguístico. O contexto não interessa. Para eles é
necessário saber como o ser humano é capaz de compreender e criar sentenças
nunca antes ditas, de perceber quais frases são gramaticais ou agramaticais (ex.:
“comeu João feijão o frio”). Por isso as teorias são “hipóteses abstratas” e não fatos concretos.
Postado por: Carolina Aurea
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Fonte: Manual de Linguística / Mário Eduardo Martelotta, (org.). - 1ª ed., 2ª reimpressão. - São Paulo : Contexto, 2009.
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