Língua viva.
Dentro da estrutura de ensino brasileira, sempre tivemos
como prática no ensino da língua portuguesa, de forma bem específica, uma cobrança
no que diz respeito à forma normativa da gramática portuguesa. Os professores
brasileiros em geral sempre se dedicaram a fortalecer a cristalização da língua
portuguesa nos moldes da estrutura da língua portuguesa de Portugal. Deixando
assim de lado os estudos sobre variações regionais da língua, suas transformações
sociais com o passar dos anos e outros aspectos que compõe as variações de uma
língua. Não se tem a prática de análise do funcionalismo da linguagem na
educação brasileira, a não ser no ensino “superior” (universidade, academia).
É comum se ouvir frases do tipo: “o melhor português do Brasil
é o falado pela população de São Luis” ou ainda “quem não fala direito (dentro
dos padrões normativos) não tem conhecimento”. Essa prática, esse estereótipo
do saber ainda se mantém até hoje, por falta de divulgação, disseminação da
estrutura funcionalista da linguagem, seu poder de identificar as mudanças da
língua em uma estrutura social, suas variações essenciais e vitais para uma
língua tão rica e viva como a portuguesa. É preciso uma desmistificação desses
acordos linguísticos que não “abarcam” o nosso cotidiano comunicativo. Dentro
da linguística atual, já existem adeptos à ideia de se elaborar uma gramática
brasileira própria, que “abarque” nossa realidade linguística, uma revitalização
da estrutura lusitana, a fim de aproximar a população brasileira de uma
comunicação cotidiana. Talvez nessa nova postura, se encontre a ideal forma de
proximidade do funcionalismo ao formalismo em nossa língua portuguesa e, quem
sabe, uma maior identificação dessa população com tantas variações étnicas.
Postado por: Hugo
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